No começo de 2020, talvez, nem mesmo o agricultor mais otimista arriscaria um palpite tão elevado. Entre os dias 10 e 17 de agosto, a saca de 60kg da soja recebeu ofertas de R$ 126,00 nos municípios de Campo Grande e Dourados. O valor nominal expressivo, segundo técnicos do sistema SIGA/MS, é reflexo das demandas externa e interna e do dólar, que vem favorecendo os preços no mercado doméstico. O aquecimento das exportações no período é outro fator que estimula a alta nos preços.
Em apenas uma semana as cotações valorizaram 11,5% na capital e 11,61% em Sidrolândia, conforme dados divulgados, nessa terça-feira (18), pelo Boletim Casa Rural, do Sistema Famasul. No comparativo com agosto passado o preço médio da saca teve avanço nominal de 64,75%. Nesta mesma época, em 2019, o preço médio da saca no estado era negociado a R$ 72,05.
Mas, como o produtor não tem como prever o futuro, nem como deixar de honrar com seus compromissos, a maioria não conseguiu desfrutar de negócios com ofertas tão generosas. A realidade é que Mato Grosso do Sul tem, hoje, cerca de 3% do estoque da última safra disponíveis nos armazéns, segudo levantamento de uma das maiores corretoras de grãos que operam no estado. Junto a este cenário soma-se uma informação que todos já sabem: soja da nova safra só no fim de janeiro de 2021 - no caso das variedades de ciclo produtivo mais precoce.
Esta combinação de fatores influenciou diretamente nas negociações dos contratos da safra 2020/2021. Números apurados pela corretora Granos, revelam que até o dia 17 de agosto, MS já havia comercializado 43% da nova safra. Isso representa avanço de 15 pontos percentuais, comparado ao mesmo índice apresentado em agosto do ano passado para a safra 2019/2020.
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